Olá!
Quando eu li esta matéria pensei: tenho que compartilhar
isto com as mamães do meu blog! Eu nunca
fui a favor do método: Deixe seu bebê chorar até dormir, que ele aprende... este
tipo de método só causa sofrimento ao bebê e como diz o texto é administração de tortura. Que forte isso né?
Venha ler a matéria toda, e aprender com os nossos bebês a como tratá-los. Retirado do site www.aleitamento.com
Movimento Internacional Não Deixe O Seu Bebê Chorando!
Homens e Mulheres, pesquisadores e profissionais de saúde que
trabalhamos em distintos campos da vida e do conhecimento, mãe e pais
preocupados com o mundo em que nossos filhos e filhas vão crescer, cremos que é
muito necessário nos manifestarmos.
Concordamos que é frequente que os bebês de nossa sociedade
ocidental chorem, porém não é certo que “seja normal”. Os bebês choram sempre
por algo que lhes produz mal estar: sono, medo, fome, frio, calor… além disso,
da falta de contato físico com sua mãe ou outras pessoas do seu entorno
afetivo.
O choro é o único mecanismo que os lactentes tem para nos
comunicar sua sensação de mal estar, seja qual for a razão do mesmo; nas suas
expectativas, no seu continuum filogenético não está previsto que este choro
não seja atendido, pois não tem outro meio de avisar sobre o mal estar que
sentem, nem podem por si mesmos tomar as medidas para resolvê-lo.
O corpo do recém nascido está desenhado para ter o seio materno
tanto quanto necessita, para sobreviver e para sentir-se bem: alimento, calor,
apego; por esta razão não tem noção da espera, já que, estando no lugar que lhe
corresponde, tem a seu alcance tudo que necessita; o bebê criado no corpo a
corpo com a mãe desconhece a sensação de necessidade, de fome, de frio, de solidão,
e não chora nunca. Como afirma a norte-americana Jean Liedloff, na sua obra The
Continuum Concept, o lugar do bebê não é no berço, na cama, e nem no
bebê-conforto, senão no colo materno.
Isto é o melhor durante o primeiro ano de vida; e nos dois
primeiros anos de forma quase exclusiva (por isto a antiga famosa “quarentena”
das recém paridas). Depois, os colos de outros corpos de familiares podem ser
substitutos por alguns momentos. O próprio desenvolvimento do bebê indica o fim
do período simbiótico: quando se chega a determinados graus de desenvolvimento
neuro-psico-motor e o bebê começa a sentar, depois a engatinhar e por fim a
andar. Ou seja, pouco a pouco vai tornando-se autônomo e a desfazer este estado
simbiótico.
A verdade é óbvia, simples e evidente.
O lactente toma o leite materno idôneo para seu sistema
digestivo e além disso pode regular sua composição com a duração das mamadas,
com a qual é criado no peito de sua mãe sem ter uma série de problemas
infecciosos, alérgicos…
Quando chora e não se atende, chora com mais e mais desespero
porque está sofrendo. Há psicólogos que asseguram que quando se deixa de
atender o choro de um bebê depois de três minutos, algo profundo se quebra na
integridade deles, assim como na confiança em seu entorno.
Os pais, ainda que sejam educados na crença de que “é normal que
os bebês chorem” e que “há que deixá-los chorar para que se acostumem”, e por
isto estamos especialmente insensibilizados para que seu pranto não nos afete,
as vezes não somos capazes de tolera-lo. Como é natural, se estamos um pouco
perto deles, sentimos seu desespero e o sentimos com nosso sofrimento. Revolvem
nossas entranhas e não podemos consentir com a sua dor. Não estamos de todo
deshumanizados. Por isto os métodos condutistas propõem ir pouco a pouco, para
cada dia agüentar um pouquinho mais este sofrimento mútuo. Isto tem um nome
comum, que é a “administração da tortura”, pois é uma verdadeiro suplício que
infligimos aos bebês quando fazemos isto, e também a nós mesmos, por mais que
estas sejam normas de alguns pedagogos e pediatras.
Vários pesquisadores americanos e canadenses (biólogos,
neurologistas, psiquiatras, etc.), na década de 90, realizaram diferentes
investigações de grande importância em relação a etapa primal da vida humana;
demonstraram que o contato pele a pele, do bebê com sua mãe e demais familiares
mais chegados, produz moduladores químicos necessários para a formação de
neurônios e do sistema imunológico; emfim, que a carência de afeto corporal
transtorna o desenvolvimento normal das criaturas humanas. Por isto os bebês,
quando os deixamos dormir sozinhos em seus berços, choram reclamando o que por
sua natureza lhes pertence.
No Ocidente se criou, nos últimos 50 anos, uma cultura e uns
hábitos, impulsionados pelas multinacionais, que eliminam este corpo-a-corpo da
mãe com a criança e deshumaniza o cuidado: ao substituir a pele pelo plástico e
o leite materno por um leite artificial, se separa mais e mais a criatura de
sua mãe. Inclusive se fabricam modelos de “walkyes talkys” (babás eletrônicas)
especiais para escutar o bebê de habitações distantes das dos pais. O
desenvolvimento industrial e tecnológico não se coloca a serviço das nossas
crias, chegando a robotização das funções maternas a extremos inimagináveis.
Simultaneamente a esta “puericultura moderna”, se medicaliza
cada vez mais a maternidade; o que tenderia a ser uma etapa prazerosa de nossa
vida sexual, se converte em uma penosa enfermidade. Entregues aos protocolos
médicos, as mulheres adormecem a sensibilidade e o contato com seus corpos, e
se perde uma parte de sua sexualidade: o prazer da gestação, do parto e da
extero-gestação – o colo e a amamentação. Paralelamente, as mulheres decidiram
pelo mundo do trabalho e profissional masculino, feito pelos homens e para os
homens, e que, portanto, exclui a maternidade; por isto a maternidade na
sociedade industrializada ficou encerrada no âmbito do doméstico e do privado.
Contudo, durante milênios, a mulher realizou suas tarefas e suas atividades com
seus filhos pendurados a seus corpos, como todavia ocorre nas sociedades ainda
não ocidentalizadas. A imagem da mulher com seus filhos deve voltar aos
cenários públicos, aos locais de trabalho, sob pena de comprometer o futuro do
desenvolvimento humano.
A curto prazo, parece que o modelo de criação robotizado não é
daninho, que não é nada demais, que as crianças sobreviverão; porém,
pesquisadores como Dr. Michel Odent (1999 – .primal-health.org), apoiando-se em
diversos estudos epidemiológicos, têm demonstrado a relação direta entre
diferentes aspectos desta robotização e doenças na idade adulta. Por outro
lado, a violência crescente em todos os âmbitos, tanto públicos, como privados,
como tem demonstrado a psicóloga suiço-alemã Alice Miller (1980) e o
neurofisiólogo americano James W. Prescott (1975), por citar somente dois
nomes, também procede do mau trato e da falta de prazer corporal na primeira
etapa da vida humana. Também há estudos que demonstram a correlação entre a
dependência às drogas e os transtornos mentais com agressões e abandonos
sofridos na etapa primal. Por isto os bebês choram quando sentem falta do que
lhes tiraram; eles sabem o que necessitam, o que lhes corresponderia neste
momento de suas vidas.
Deveríamos sentir um profundo respeito e reconhecimento ao choro
dos bebês, e pensar humildemente que não choram porque sim, ou muito menos,
porque são “manhosos”… Elas e eles nos ensinam o que estamos fazendo de
incorreto.
Também deveríamos reconhecer o que sentimos em nossas entranhas
quando um bebê chora; porque podem confundir a mente, porém é mais difícil
confundir a percepção visceral – nossos instintos. O local do bebê é o nosso
colo: nesta questão, o bebê e nossos instintos estão de acordo, e ambos tem
suas razões.
Não é certo que dormir com os nossos filhos (“co-lecho”) seja um
fator de risco para o fenômeno conhecido como Síndrome da Morte Súbita. Segundo
The Foundation for the Study of Infant Deaths, a maioria dos falecimentos por
“morte súbita” se produz quando os lactentes estão no seu berço. Estatisticamente,
portanto, é mais seguro para o bebê dormir na cama com seus pais que dormirem
sozinhos (Angel Alvarez – .primal.es).
Por tudo que expomos, queremos expressar nossa grande
preocupação com a difusão do método proposto pelo neurólogo E. Estivill em seu
livro Duérmete Niño ou na edição em português: NANA NENÊ (baseado por sua vez
no método Ferber divulgado nos EUA), para fomentar e exercitar a tolerância dos
pais ao choro de seus bebês; se trata de um condutismo especialmente radical e
evidentemente nocivo, tendo em conta que o bebê está ainda em uma etapa de
formação. Não é um método para tratar os transtornos do sono, como se
apresenta, senão para submeter a vida humana em sua mais tenra idade. As
gravíssimas conseqüências deste método têm começado a aparecer.
Necessitamos de uma cultura e uma ciência para uma educação de
nossos filhos que seja compatível com a natureza humana, porque não somos
robôs, senão mamíferos, que sentimos e sofremos quando nos falta o contato
físico com aqueles que amamos. Para contribuir com este movimento, para que teu
filho ou tua filha deixe de sofrer já, e se sentes mal quando escutas chorar o
seu bebê, atenda-o, pegue-o em seus braços para entender o que ele está
solicitando; possivelmente seja só isto o que ele queira e necessita, o contato
com o seu corpo. Não o negues.
Quando um
recém nascido aprende em um berçario que é inútil gritar, está sofrendo sua
primeira experiência de submissão e abandono. (Michel Odent)
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