Volta da mãe ao mercado de trabalho - O impacto da separação

domingo, 24 de agosto de 2014
Imagem: Google
E o dia chegou, a volta ao mercado de trabalho. Não posso reclamar, fiquei com minha filha 1 ano e 2 meses. Mas não adianta... podia ter ficado até ela completar 18 anos que a separação seria dolorida, para as duas.

Segunda-feira, levei minha filha para a babá, confesso que fui confiante, orei pedindo forças a Deus, tanto para ela, quanto para mim. Toquei a campainha, meu plano era entregá-la ainda no portão, mas não consegui... Entrei, falei que iria ficar um pouco, para que ela não pensasse que estava sendo abandonada (ai, só de lembrar me vem as lágrimas). Ela ainda não sabia o que estava por vir. Dei o peito, fiquei mais um pouco. E achei melhor ir, porque por mais que eu tentasse, ser forte estava complicado, e as lágrimas da dor da separação começaram a rolar. Não queria que ela sentisse a minha tristeza, nem a minha fraqueza, e então resolvi ir embora... deixando minha bonequinha chorando também...esticando os bracinhos pra mim.

Confesso que não sei como voltei caminhando para casa, segurando o choro (não gosto de chorar em público). Entrei no prédio e assim que abri a porta do apartamento desabei, como há tempos não fazia, estava sozinha, podia chorar, soluçar, e foi isso que fiz, me permiti desabar... Minha vontade era não continuar com a adaptação dela com a babá, minha vontade era de buscá-la imediatamente. Telefonei para a babá, e ela disse que ela chorou muito, mas que estava mais calma, mas eu não estava...Mais uma vez me fiz de forte e deixei ela por 2 horas no primeiro dia com a babá. Me acalmei, sequei as lágrimas, depois de passar estas 2 horas chorando, eu fui buscá-la. Quando ela me viu no portão, senti nela um sentimento de: "porque você foi embora e me largou aqui?" e também de alegria em me ver, ela esticou os bracinhos e desta vez eu peguei e abracei forte, beijei muito e agora feliz, levei ela para casa comigo.

E os dias estão passando, ela ainda chora quando vou entregá-la para a babá, já reconhece o local e se agarra em mim para não entrar, eu já chorei também outras vezes, estamos indo para a terceira semana, e a adaptação está ocorrendo aos poucos, tanto para mim, quanto pra ela.

Eu sei que para algumas mães, este relato pode parecer meloso demais, mas eu sou assim, vivo e sinto com o coração, não sei ser racional neste momentos mãe e filho. Amo intensamente meus pequenos. Eles são grudados em mim e eu neles. Somos parte um do outro. Com meu filho mais velho a separação foi dolorosa também. Mas nós temos que continuar, sou mãe, mas também sou mulher, profissional, filha, esposa.... enfim a vida segue... E eu sei que ela é forte e já já vai se acostumar, e como algumas mães dizem, vai entrar e nem vai lembrar de falar tchau, rs.

Por: Vívian Duarte

4 comentários:

  1. Oi Vivian!
    Minha história é um pouco parecia com a sua. Eu fiquei com a minha filha por 1 ano e 1 mês em casa. Qdo voltei a trabalhar, coloquei ela numa escolinha. Na primeira, chorei horrores, como você, deixei ela lá durante 2 horas, e qdo fui buscar, descobri que ela ficou o tempo todo no carrinho, e que nem mexeram nela. Ela estava com fome e com sede. E eu tinha mandado tudo dentro da bolsa. Nunca mais voltei nesse lugar. Na escolinha seguinte deu tudo certo, foi muito bom, ela não chorou, só eu! HAHAHA E desde então ela vai na escola em período integral. Ela já tem 4 anos, mas eu estou esgotada, e adoraria parar de trabalhar fora, ficar com ela pelo menos meio período.
    Mas força, Vivian! Mulher forte e guerreira, logo vocês estão acostumadas com essa rotina.
    Beijão, Fernanda.

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  2. Oi Fernanda! Realmente não é fácil. E escolinha existem as muito boas e as muito ruins que deixam mesmo o bebê o dia todo no bebê conforto... Deixando com a babá também corremos risco... enfim o melhor mesmo somos nós mães cuidando, protegendo... dói muito saber que não sabemos e não estamos vendo tudo o que acontece, só nos resta pedir a proteção de Deus...
    Obrigada por visitar!

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  3. Comigo foi diferente. Ela começou a pedir para ir à escolinha antes de completar 2 anos. Coloquei, por vontade dela. Ela não chorou. Eu saí em lágrimas, mas aquela coisa bem discreta. Era contra meus princípios, mas eu quis respeitar a vontade dela. Ficou lá dois meses. Então foi inaugurada outra escolinha na esquina de casa, maior, com estrutura muito mais interessante, salas maiores e, como estava começando, pouquíssimas crianças. Resolvi trocar a escola. Ela ficou dois meses, de boa. Então, começou a chorar. A tia me ligava dizendo que ela tava chorando demais gritando que queria a mamãe Débora e o papai Wagner. Era assim que ela nos chamava. E ela começou a grudar nas minhas pernas e não queria por nada entrar na escola, chorando. Na primeira vez que ela fez isso eu entrei junto, e depois de alguns minutos, quando ela estava brincando, eu saí. Mas a tia que pegava no portão não me deixou entrar mais, disse que ela tinha que se adaptar. Daí, chegou um dia que ela puxou a menina dos meus braços. Foi o fim. Nesse mesmo dia, a diretora me ligou dizendo que ela não parava de chorar chamando nossos nomes. Fui buscar. Nunca mais levei de volta. Daí, quando ela completou 3 anos, quis voltar pra escola. Ficou 6 meses. Não tivemos problema com a terceira escola. Ela ia e voltava de perua escolar. Fez apresentação do dia das mães... mas nos mudamos para longe e não tinha perua que levasse pra lá. Então visitamos as escolas perto do novo endereço e ela escolheu a que mais gostou. Ficou lá de fevereiro até agosto. Quando voltamos das férias de julho, ela foi uma semana, em agosto e depois começou a não querer ir e a dizer que odiava os amiguinhos da escola e dizer que não gostava de ir pra escola porque ela era burra e não fazia nada direito. Com muita conversa, e pesquisa junto à coordenação da escola e também com diretoras de outras escolas onde a professora dela já havia trabalhado, descobrimos que a atual professora era complicada no sentido de não ouvir os conselhos das coordenadoras... e, por isso, a Lara estava tendo atividades muito complexas para a idade dela. Pra ter uma ideia, tinha lição de casa que ela tinha que entrevistar a mãe e escrever a entrevista. Depois de apurar os dados e consultar outras mães e outras professoras infantis, decidimos atender o grito de socorro dela... e agora ela está sem escola. Passa o dia comigo. Enquanto eu trabalho, passo atividades pra ela fazer, e vamos intercalando. Sempre que possível faço uma pausa... desço com ela para o parquinho do condomínio, e investimos o valor da mensalidade em muitos livros e outras atividades educativas e passeios no final de semanal. Sempre que ela assiste um filme ou desenho, faço uma reflexão com ela sobre a história, as personagens, e os comportamentos positivos e negativos. E ela sempre pede que eu ensine... e é um barato quando ela quer ser a professora. E, enquanto não encontrar outra escola adequada, será assim. Outro dia ela teve que ir comigo a uma reunião, e ficou tão feliz, que dá vontade de levá-la em todas. E estou muito confortável com essa decisão. Mas, sorte a minha ter uma profissão que me permite trabalhar em casa. Escola antes dos 7 anos é complicado. Se depois já é, imagina antes.

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  4. Olá Débora Carvalho, que interessante o seu relato. Pra gente ver como cada criança tem as suas diferenças em se tratando de comportamento, e que existem escolas e escolas... E que bom q vc tem a oportunidade de trabalhar em casa e cuidar dela.

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